Economia.

Nós, seres humanos do planeta terra.
Temos a mania de economizar e nos poupar de muitas coisas das quais queremos na vida.
A gente acaba deixando pro amanhã todas as vontades e desejos do agora!
Economizamos vida, mesmo sabendo que nossa única certeza é a morte.
E economizamos dinheiro pro futuro que é incerto, economizamos tempo durante o dia pra chegar mais cedo em casa, ao sair do trabalho nos deparamos com o infernal trânsito, da incrível babilônia, não conseguimos chegar pro jantar em família, nem á tempo de ver a vózinha antes dela se deitar.
Economizamos tantos carinho, abraços, beijos e amassos pro final de semana, quando ele finalmente vem, passamos os dias dormindo porque o corpo padece, não aguentando a pressão dos cinco dias exaustivos que nos esgotaram fisicamente e mentalmente,  fazendo com que não sobre absolutamente nada parecido com vida em nenhum canto de nós.
Deixamos de ir por um lado da cidade que é o mais bonito, porém o mais longo vamos pelo meio da selva de concreto, pra honrar os compromissose pra não atrasar!
Deixamos de rir porque a hora é imprópria, deixamos de comer pra não engordar...de ir na festa porque não temos roupa, de dançar porque vão nos chamar de louca.

E tudo que deixamos de fazer e todos os lugares que deixamos de ir...é lá que fica um pedacinho de nós.
Quando sentimos que estamos perdidos é porque estamos mesmos!
Ficamos em algum canto, do qual nós deixamos de ir, de rir,  ficou um pedaço de nós onde economizamos espaço, vontade e tempo, onde economizamos vida e viver.
 Não sobra quase nada, somente um corpo oco de desejos e uma mente vazia de nossos próprios pensamentos, aos poucos nos esvaziamos de nós mesmos.


Nada será como antes.

Algumas pessoas passam por nossas vidas e conosco, constroem uma história, compartilham diversas experiências se tornando-se pra nós especiais e insubstituíveis.
Muitas vezes também, devido á mudanças externas e internas, tais pessoas das quais pensávamos que não viveríamos sem, vão sumindo aos nossos olhos, até não fazerem mais parte do nosso campo de visão e quando nos damos conta, aquele que era seu confidente, irmão, amigo, hoje, é um estranho pra você e vice - versa.
E o peito aperta de saudades dos dias em que dividiam um sorriso, um segredo o pão, as experiências da vida, o peito aperta de saudades dos dias em que podiam dizer que eram íntimos.
 Tais pessoas somem de nossas vistas, mas continuam no nosso coração e por serem tão importantes pra nós, várias são as tentativas em resgatá-las de alguma maneira para nosso convívio, na esperança de terem no presente a mesma cumplicidade e parceria que tiveram no passado. Na esperança de que estas pessoas voltem a nos fazer o bem e nos oferecer a companhia de antes, na tentativa de reviver todos os sentimentos bons de quando estavam juntas.
No entanto, seria impossível, o que foi vivido não se repete jamais e nada seria como antes. 
Tudo muda o tempo todo, os caminhos, as escolhas, as pessoas, a vida segue e as vezes nos distanciamos de pessoas das quais não queríamos longe, pessoas importantes pra nós.
Há relações que por mais bonitas que sejam se perdem com a distância e mudanças, relações que se esfacelam com o tempo e pessoas que achávamos ser inseparáveis, acabam separando-se de nós mesmo contra nossa vontade.
Na tentativa deste um possível resgate, ás vezes podemos nos decepcionar e a dor torna-se maior porque percebemos que não há nada mais em comum entre pessoas que antes eram tão íntimas, a dor torna-se maior porque você percebe que nada será como antigamente, a vida seguiu e os caminhos trilharam diferentes o que antes parecia um nó, hoje não há sequer liga alguma de nenhuma maneira, não há nenhum tipo de identificação.
Não há escolhas além de guardar os bons momentos na lembrança e no coração, entender e aceitar que a vida segue, sempre. Tudo mudou e mudará á todo instante inclusive você.
Há relações que mesmo que a gente não queira, não resistem ao tempo distância, problemas e acabam...resgatá-las não seria a melhor opção, talvez, construir uma nova relação a partir da disponibilidade e vontade de cada um...Tudo na vida é irrepetível e nada será como antes.

Todos iguais.


Particularidades da atualidade é nada ser tão particular e privado, tão “pessoal” assim.
A pessoalidade das coisas em minha opinião esfacela-se cada dia que passa, temos feito muita força em parecermos iguais.
Tudo que é pessoal se perde em meio à invasão da modernidade deste mundo que ao disseminar as belezas da diversidade e diferenças, mutuamente reduz todos á uma igualdade que pelo menos em minha opinião, não deveria existir.
As pessoas ficam tão preocupadas em se enquadrar em padrões que acabam esquecendo-se de existir, deixando de ser o que são pra ser o que esperam que sejam, perdem a singularidade.
Acabamos dizendo, somos todos iguais e assim nos tornamos iguais por opção e aos poucos deixamos de ter a nossa própria cara, e fingimos ser quem não somos em mundo que finge que a diferença é bem vinda.
Cada ser é único, tem características e particularidades que deviam ser nossas e só nossas, devíamos nos apropriar de nossa singularidade, é fundamental que nós possamos entender que a subjetividade e individualidade devia ser condição humana, os que se sentem fora do “pacote” do “padrão” acabam adoecendo em patologias terríveis, se perdem não só neste mundo, mas em si mesmo.
Ouvimos o tempo todo que somos todos iguais e devemos ser todos iguais, e mesmo gerando um desconforto um estranhamento, acabamos nos comportando do modo como determinam e não de acordo com nossa maneira de ser, de acordo com nossa vontade, singularidade e subjetividade.
Na verdade, tenho me perguntado o que estamos sendo ultimamente? Em meu ver , somos tudo que o mundo a sociedade, os outros exigem de nós, somos tudo, menos nós mesmos, isso, o mundo não nos possibilita ser.
Ser ou não ser eis a questão? Se formos, nós mesmos, na atualidade que diz se “moderna” e livre, alguns comportamentos tão singulares acabam gerando desconforto, conflitos diversos.
Se expusermos de alguma forma o que nos torna seres únicos, singulares e individuais, como opiniões gostos musicais, sexuais, se demonstrarmos nossa pessoalidade nas coisas, podemos de alguma forma incomodar á ponto de causar nas outras pessoas desconforto, repudio e comportamentos que podem até ser agressivos, gerando guerras, externas, internas...
Numa sociedade que se diz livre e moderna, ainda existe tanto preconceito em olhar para o outro e aceitar diferenças, não conseguimos respeitar a individualidade e subjetividade humana.
Diante da sociedade, temos que nos enquadrar em algum padrão, em algum rótulo, em alguma roupa, mas ter algo tão particular do qual as palavras e coisificação não alcançam, isso não podemos ter, é loucura, patologia e assim vai...
Estranho paradoxo o qual vivemos, disseminam a liberdade de ser o que quisermos ser mas quando tomamos coragem e enfim, somos... Recebemos a sentença á diversas patologias e estruturas que nos reduz á algo que nos impossibilita de ser.
O mundo não favorece quem é diferente, quem é singular e sabe que o ser humano é único e subjetivo.E assim, aquele que se permite ser, pode sofrer muito mais do que aqueles que se enquadraram, adaptam, e vivem uma experiência de não ser o que são, para pertencimento de algum lugar, em mundo em que exclui totalmente a possibilidade de sermos, únicos.
Aos poucos vamos perdendo o que há de melhor em nós, personalidade, individualidade, nos alienamos em uma ideia utópica de que ser igual é o melhor que podemos ser.