Todos iguais.


Particularidades da atualidade é nada ser tão particular e privado, tão “pessoal” assim.
A pessoalidade das coisas em minha opinião esfacela-se cada dia que passa, temos feito muita força em parecermos iguais.
Tudo que é pessoal se perde em meio à invasão da modernidade deste mundo que ao disseminar as belezas da diversidade e diferenças, mutuamente reduz todos á uma igualdade que pelo menos em minha opinião, não deveria existir.
As pessoas ficam tão preocupadas em se enquadrar em padrões que acabam esquecendo-se de existir, deixando de ser o que são pra ser o que esperam que sejam, perdem a singularidade.
Acabamos dizendo, somos todos iguais e assim nos tornamos iguais por opção e aos poucos deixamos de ter a nossa própria cara, e fingimos ser quem não somos em mundo que finge que a diferença é bem vinda.
Cada ser é único, tem características e particularidades que deviam ser nossas e só nossas, devíamos nos apropriar de nossa singularidade, é fundamental que nós possamos entender que a subjetividade e individualidade devia ser condição humana, os que se sentem fora do “pacote” do “padrão” acabam adoecendo em patologias terríveis, se perdem não só neste mundo, mas em si mesmo.
Ouvimos o tempo todo que somos todos iguais e devemos ser todos iguais, e mesmo gerando um desconforto um estranhamento, acabamos nos comportando do modo como determinam e não de acordo com nossa maneira de ser, de acordo com nossa vontade, singularidade e subjetividade.
Na verdade, tenho me perguntado o que estamos sendo ultimamente? Em meu ver , somos tudo que o mundo a sociedade, os outros exigem de nós, somos tudo, menos nós mesmos, isso, o mundo não nos possibilita ser.
Ser ou não ser eis a questão? Se formos, nós mesmos, na atualidade que diz se “moderna” e livre, alguns comportamentos tão singulares acabam gerando desconforto, conflitos diversos.
Se expusermos de alguma forma o que nos torna seres únicos, singulares e individuais, como opiniões gostos musicais, sexuais, se demonstrarmos nossa pessoalidade nas coisas, podemos de alguma forma incomodar á ponto de causar nas outras pessoas desconforto, repudio e comportamentos que podem até ser agressivos, gerando guerras, externas, internas...
Numa sociedade que se diz livre e moderna, ainda existe tanto preconceito em olhar para o outro e aceitar diferenças, não conseguimos respeitar a individualidade e subjetividade humana.
Diante da sociedade, temos que nos enquadrar em algum padrão, em algum rótulo, em alguma roupa, mas ter algo tão particular do qual as palavras e coisificação não alcançam, isso não podemos ter, é loucura, patologia e assim vai...
Estranho paradoxo o qual vivemos, disseminam a liberdade de ser o que quisermos ser mas quando tomamos coragem e enfim, somos... Recebemos a sentença á diversas patologias e estruturas que nos reduz á algo que nos impossibilita de ser.
O mundo não favorece quem é diferente, quem é singular e sabe que o ser humano é único e subjetivo.E assim, aquele que se permite ser, pode sofrer muito mais do que aqueles que se enquadraram, adaptam, e vivem uma experiência de não ser o que são, para pertencimento de algum lugar, em mundo em que exclui totalmente a possibilidade de sermos, únicos.
Aos poucos vamos perdendo o que há de melhor em nós, personalidade, individualidade, nos alienamos em uma ideia utópica de que ser igual é o melhor que podemos ser.










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