COISAS DE UMA MENINA QUE PENSA DEMAIS...

Até onde você vai para conseguir aquilo o que quer?

Fazendo uma análise, percebo que o ser humano, tem ido num nível muito,muito baixo mesmo para conseguir alcançar seus objetivos, o que realmente me entristece é que pra subir, é preciso fazer alguém descer, humilhar, sabotar, esquecer os princípios e qualquer humanidade existente, para ser o beneficiado de uma situação.Acho que estão exagerando.

Precisamos fazer aquilo que nos agrada, aquilo que nos faz feliz sem esquecer de respeitar o espaço do outro, sem esquecer que para sermos felizes ás vezes deixamos alguém triste, então na dúvida entre ser feliz e deixar alguém triste, muitos preferem ser felizes porque se alguém precisa ser triste que não seja eu...
Talvez seja este o pensamento, porque as pessoas perderam a noção de espaço e invadem totalmente o espaço alheio, desrespeitam as pessoas esquecendo-se que alguém, ainda, pode ter um resto de sentimento.
O mundo realmente me assusta mais que filme de terror de segunda mão...as pessoas são cruéis demais para se importar em não magoar as outras, por isso aqueles que ainda conseguem se abalar, que tem algum afeto e solidariedade no coração, não aceite o que o mundo se tornou.
A gente não pode se apaixonar, tornou-se perigoso demais, não podemos aprender, pode ser fatal, todos os dias tenho a prova que , talvez esperar que as pessoas mudem o mundo, pelo menos para melhor, se tornou um sonho muito distante, uma esperança que já morreu.Porque todos querem subir e estar bem, não importa o que terão de fazer pra que isso aconteça e, entre mortos e feridos...Pois é, talvez sempre me sinta um ET neste mundo, porque sinto demais e me uncomodo SIM, com desrespeito, falta de amor ao próximo e falta de amor próprio, para chegarmos em um nivel tão baixo, tão degradante para nos sentirmos maiores.È nesses momentos que nos mostramos menores e piores, porque somos pobres de espirito.
Já nem me pergunto mais onde o mundo vai parar, tenho medo que alguém me responda, antes eu queria escutar a verdade seja ela qual fosse...hoje descobri que esta verdade não é dita, porque ela nem existe.
Odeio as mentiras que são contadas pelos mentirosos, odeio a frequencia com que isso acontece.
Às vezes me sinto sufocada...
E percebo que o ar se poluiu e a mentira se dilui em água, tentar fazer a diferença, já não funciona mais aqui.

Ele e Ela.

Eles não eram namorados, também não eram amantes, jamais teriam um caso, diziam ser amigos, bons amigos.

Ela, era passional, sempre vendo o lado positivo das coisas e pessoas, sempre perdoava, sempre dava uma chance,estava sempre disposta a colorir o que estava em preto e branco.

Ele era pé no chão, realista, maduro e seguro quanto as decisões que tinha de tomar, não se arrependia daquilo que fazia e era um ótimo amigo, gostava de bossa nova, assim como ela, e adorava clássicos de cinema, o que a deixava impaciente, porque adorava efeitos especiais.

Eles eram quase inseparáveis, gostavam de sair juntos, viajar, ir ao teatro cinema, eram cúmplices, tinham muito carinho um pelo outro, mas nunca pensaram em dividir a mesma cama, jamais haviam se tocado com malícia, jamais se olharam diferente.

Ele não perguntava dos casos dela, ela, adorava saber dos dele, diziam procurar a pessoa certa que os completasse, sem perceber, se completavam, um feito de dois.

Pensavam no presente, nunca no passado e planejavam o futuro, o mais engraçado, é que nesses planos futuros, estavam sempre juntos.

Numa noite de sábado, que podia ser mais uma qualquer e não foi, regada de muita tequila e muitas piadas, histórias banais...Talvez usando a bebida como desculpa, permitiram se conhecer melhor, se tocaram, se abraçaram, beijaram-se na boca,e sentiram desejo, muito desejo um pelo outro.

Efeito do alcóol ?Podia ser, mas aquilo tudo parecia perfeito, era o encaixe perfeito.O cheiro da pele dele, misturando-se com o cheiro dela, era a fragrância perfeita,o beijo era perfeito, daqueles que te arrebata e te enlouquece, fazendo você querer mais. Abraços apertados, sussurros, gemidos, entre laços e embaraços tiveram a noite mais embaraçosa e perfeita que já viveram...Tudo parecia um sonho, talvez por isso foi tão estranho acordar de manhã.

Embolados, entre braços e pernas, se olharam por alguns instantes, não sabiam o que dizer, então não disseram nada, mas ela sorriu.Não estavam arrependidos, não deviam nada á ninguém, pensou ele, mesmo assim havia um sentimento de culpa, um sentimento que os amedrontava que era bom e ruim ao mesmo tempo.Á quem teriam traído?

O que seriam deles agora, iriam namorar?Iriam continuar amigos ou nasceria algo mais?Eles sabiam todos os segredos um do outro, como ficaria a relação?E tiveram as mesmas questões, mas não trocaram uma palavra.

Apenas vestiram-se e sorriram um para o outro e foram trabalhar.

Dias se passaram, ela quis ligar, ele quis ir até seu apartamento, ela pensou em mandar uma mensagem, ele pensou em fazer tudo de novo, ela chorou com medo de perde-lo, ele só queria sentir aquilo novamente. Mas pensou, agora, não poderiam mais ser amigos, já não sentia só carinho inocente, agora, sentia desejo, ele sentia falta do cheiro dos cabelos dela sobre seu peito.

Se encontraram num dia qualquer, não tocaram no assunto, fingiram que nada havia acontecido, sentiu ciúmes quando ao atender o telefone ela disse "não querido, claro que vou",.Ela queria conversar, ele a ignorou alegando pressa.Ela insistiu que se falassem mais tarde, ele tocado por um ciúme infantil, disse que ligaria de volta, ele não ligou, teve medo daquele sentimento que sentira á tarde, ela tentou três vezes, ele não atendeu, ela desistiu. Ele não saia mais de casa, ela decidiu seguir em frente, ele descobriu que estava apaixonado pela melhor amiga, ela sentiu que nunca devia ter feito sexo com seu melhor amigo.

Mas ambos pensaram a mesma coisa, que o sexo havia estragado tudo.

Ele achou melhor esquecê-la, ela achou que ele viria procurá-la.

Eles foram cada um para seu lado e eram lado opostos.
Agora ele era somente ele, ela nunca se sentiu tão ela.

Descobriram que na vida, não se pode fazer muitos planos, porque ela pode te pegar de surpresa.
Viveram a angústia de voltar a ser unidade, quando já haviam se acostumado a ser, um, feito de dois.

Mas, a vida tem dessas coisas.

Barulho de Chuva

Dormiu tarde aquele dia, chovia como nunca, o barulho das gotas batendo nas telhas à acalmavam.Por isso, ao amanhecer decidiu ficar mas um tempo na cama.


Até escutou o bebê chorar, mas não deu importância, o sonho estava bom demais para ser interrompido. Tudo era tão bom quando dormia, que desejou dormir para sempre, o barulhinho da chuva ajudava para que o sonho ficasse realmente intenso.


Em seus sonhos não trabalhava em um emprego no qual ela sentia-se infeliz, não havia cobranças do marido, atenção exacerbada aos filhos, contas da escola, água, luz...Os sonhos eram realmente agradáveis, conseguia sentir o cheiro das flores, um barulho de rio, e o vento batendo em seu rosto...Estava em contacto com ela mesma,ninguém podia atrapalhar, não havia choro, nem guerra...


O barulho da chuva realmente dava um toque lúdico aquele momento, ficava cada vez mais dificíl querer levantar, o marido a chamou da escada três vezes.Mas ela, achou que os gritos faziam parte do sonho, não deu atenção e fechou os olhos novamente, tentando retornar de onde havia sido interrompida.


Entre os risos sorrisos e brincadeiras que compunham uma maravilhosa tarde, dividia com seu companheiro uma abraço e um beijo doce depois da mordida da maçã...Mas olhou para o céu, achou que iria chover também em seu sonho, mas, não fazia mal, aproveitaria para lavar a alma em um banho de chuva.Escutou ao longe uma voz e, logo começou a reconhecer, foi ficando cada vez mas próxima, até sentir alguém a sacudi-la;


-Levanta mulher, o mundo caindo ai fora e você dormindo?Vamos, acorde, seu filho chora de fome e o mundo desaba por causa da chuva...Como é que vou trabalhar-coçando a cabeça disse pra si mesmo-Levante, preciso de ajuda com as crianças.


Espreguiçou-se, levantou e abriu as cortinas, o mundo realmente desabava lá fora, na TV, nos jornais, só falava-se do n° de vitimas de soterramento, escutava se os berros das crianças quase presas em seus casebres, e os seus filhos gritavam "mamãe" a cada raio que dava na janela.


Agoniada, sentiu vontade de correr, mas se saísse dali, talvez ficasse ilhada ou se afogaria em qualquer canto da cidade, o marido falando, as pessoas sofrendo, a chuva caindo cada vez mas forte, destruindo casas, carros, vidas.Sentiu se impotente, mas o que poderia fazer para ajudar, um fenômeno natural, quem poderia lutar contra isso?Ela?ninguém é claro.Pelo menos em casa, sentia que estava segura.


Correu para o quarto e se jogou na cama, apertou os olhos para sonhar novamente, queria esquecer aquele dia pavoroso...Presa em casa, adormeceu e finalmente conseguiu sonhar, infelizmente, em seus sonhos também chovia, e a água inundava não só as ruas mas o seu ser, não lavava sua alma em um agradável banho de chuva, lavava as ruas do sangue que ficara em consequências de desabamentos...Acordou sem ar, com gosto de terra na boca, não sabia se era sonho ou realidade, só queria entender o que se passou enquanto esteve dormindo.